A qualidade da alimentação impacta diretamente na saúde e aparência da pele. Saiba quais alimentos são benéficos e quais evitar na rotina
Quem busca ter uma pele bonita e saudável deve saber que o primeiro passo para atingir esse objetivo é cuidar da alimentação. Isso porque, segundo especialistas, o que comemos pode ajudar ou até atrapalhar os resultados de tratamentos estéticos, piorar a qualidade da pele, afetar a produção de manchas e enfraquecer as barreiras de proteção do tecido cutâneo.
A dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que a radiação solar está em primeiro lugar como fator extrínseco acelerando o envelhecimento da pele.
No entanto, hábitos de vida como tabagismo, alcoolismo, estresse, vida sedentária, poluição e, principalmente, alimentos com alto índice glicêmico e ultraprocessados contribuem para o processo de envelhecimento da pele.
A principal recomendação, conforme a especialista, é se afastar do excesso de açúcar, que pode causar inflamação. "Refrigerantes à base de coca, glúten para pacientes quem têm sensibilidade e ultraprocessados ricos em gordura saturada também promovem inflamação", diz a médica.
Segundo ela, dietas menos inflamatórias diminuem a degradação do colágeno, uma proteína que mantém nossa pele mais firme. "Por isso, recomendamos frutas ricas em antioxidantes, verduras, legumes e proteínas", explica a dermatologista.
Alimentos inflamatórios: quais evitar?
Porém, para definir o que é uma dieta "menos inflamatória" também é preciso entender o que é uma dieta inflamatória. Pensando nisso, a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), indica o que devemos evitar no prato.
"Alguns alimentos, quando consumidos em excesso, podem contribuir para o envelhecimento precoce da pele devido aos seus efeitos negativos e oxidantes, levar à piora da hidratação, alterar os vasos sanguíneos e aumentar o risco de doenças inflamatórias e oxidativas, fatores que levam ao envelhecimento precoce ou acelerado", explica a nutróloga.
De acordo com a médica, essas opções devem ser consumidas sem exageros e com muita parcimônia. Marcella cita, por exemplo:
Alimentos ricos em açúcar adicionado, como doces e guloseimas;
Opções ricas em gorduras saturadas e gorduras trans, como os alimentos gordurosos de origem animal;
Fast foods;
Frituras de imersão;
Produtos de panificação;
Carnes processadas como os frios e embutidos;
Alimentos industrializados ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos de pacote, biscoitos recheados e macarrão instantâneo;
Consumo excessivo de sal;
Bebidas alcoólicas e cafeinadas.
O que incluir no prato para melhorar a saúde da pele
Por outro lado, pensando no que consumir para melhorar o aspecto da pele, a atenção principal deve se voltar também para o consumo de proteínas, destaca a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida
"Não adianta gastar fortunas em tratamentos estéticos com bioestímulo de colágeno, lasers, peelings etc. se não há tijolos disponíveis para a fabricação de colágeno na pele. Isto é, se os nutrientes necessários (aminoácidos) não são ofertados", ressalta.
Segundo ela, o ideal é consumir de 1 a 1,5g de proteínas por Kg de peso por dia para manter a necessidade diária sem prejuízo de nenhuma função. "Se existe um preparo físico para hipertrofia muscular, essa recomendação pode chegar a 2,5g por kg de peso por dia", acrescenta.
Se houver dificuldade em cumprir essa meta, suplementos de proteína (whey protein ou proteínas veganas) podem ser utilizados. Além disso, existem diversos alimentos que são fontes de micronutrientes (antioxidantes, vitaminas e minerais) e macronutrientes que são importantes para a pele, analisa a Dra. Marcella.
"Os antioxidantes na dieta, por exemplo, podem desempenhar um papel importante na prevenção do envelhecimento da pele e anexos cutâneos, pois são compostos que ajudam a proteger as células do corpo contra os danos causados pelos radicais livres, moléculas instáveis que podem causar estresse oxidativo, que está associado ao envelhecimento prematuro da pele e a uma variedade de problemas dermatológicos", explica a nutróloga.
Micronutrientes essenciais para a pele
Entre os principais micronutrientes para a pele estão:
Vitamina C, um cofator na produção de colágeno;
Vitamina E, que protege a pele contra os danos causados pela exposição ao sol e pelos radicais livres;
Vitamina A, conhecida por sua capacidade de estimular a renovação celular e reduzir rugas e manchas na pele;
Carotenoides entre eles o betacaroteno, precursor da vitamina A, encontrados em alimentos como cenouras, abóbora, batata-doce e tomate, que ajudam a proteger a pele contra danos causados pelos raios UV;
Selênio e zinco, essenciais para a síntese endógena de enzimas antioxidantes pelo corpo, que ajudam a reduzir o envelhecimento precoce ou acelerado da pele.
"Também podemos incluir na lista os polifenóis, encontrados em alimentos como chá verde, vinho tinto e frutas vermelhas, pois eles têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias", acrescenta a médica.
A médica nutróloga recomenda ainda os alimentos ricos em ácidos graxos do tipo ômega-3, como os peixes de água fria, nozes, sementes como chia e linhaça, folhas verde-escuro e algas, importantes para a proteção antioxidante do compartimento lipofílico da pele e anexos cutâneos.
Além disso, outro elemento importante é o silício. Isso porque ele desempenha um papel essencial na saúde humana, pois regula o metabolismo de vários tecidos, particularmente os ossos, cartilagens e tecido conjuntivo. "Mas uma das suas principais funções está relacionada à síntese de colágeno tipo I e aumento da expressão da atividade da enzima prolina hidroxilase, substâncias importantes para firmeza, sustentação e hidratação da pele", explica a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos.
Hidratação é indispensável
Por fim, vale lembrar que o consumo adequado de água é fundamental. "A hidratação adequada e o consumo de água têm um impacto significativo no aspecto da pele, especialmente quando se trata de retardar os sinais de envelhecimento", destaca Marcella.
Segundo a médica, a água desempenha um papel fundamental na saúde e na aparência da pele, uma vez que ela é essencial para manter a hidratação, que ajuda a manter sua elasticidade, importante para evitar a flacidez e a perda de firmeza cutânea.
"A água também ajuda o organismo a eliminar toxinas e resíduos, além de regular a temperatura corporal e a circulação sanguínea, o que pode influenciar a saúde e o aspecto da pele", finaliza a nutróloga.
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